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quarta-feira, 14 de julho de 2010

A FICHA NO FLAMENGO NÃO CAIU

Parece que a ficha ainda não caiu na diretoria do Flamengo. Os graves problemas que atingem o clube há meses, provocados pelo comportamento de seus atletas com maior visibilidade não serão superados senão com a ajuda de especialistas. Os dirigentes não são especialistas em comportamento humano e em comunicação.

Em entrevista coletiva, o maior expoente do Clube de todos os tempos, Zico, agora diretor técnico, pediu desculpas à torcida e disse que o clube tem sido achincalhado. Verdade. Mas Zico desperdiçou a oportunidade de lançar o que seria o fato mais importante para uma definitiva recuperação: os valores do clube, que deveriam ser os mesmos valores inerentes ao esporte.

A diretoria está tentando fazer o trabalho sozinha e se não está, pelo menos parece. Alguns rumores dão conta de que a presidente, Patrícia Amorim, se reuniu com os jogadores para pedir-lhes que evitem se envolver em confusão. Não é de Patrícia essa missão. E a recomposição do moral da tropa passa muito longe disso.

Esses rapazes precisam de orientação psicológica. O trauma tem sido de todos. É preciso a constituição de uma equipe multidisciplinar, acompanhamento regular, orientação profissional de verdade, e não continuar nesse eterno passa-a-mão-na-cabeça.

É preciso – urgente – a constituição de uma equipe de gerenciamento de crise, especializada, composta por profissionais de saúde, de comunicação, jurídica e financeira para orientar esses rapazes e o próprio clube. O Flamengo precisa se reinventar como empresa, determinar sua missão, visão e valores e, assim feito, transmitir e exercitar esses pontos, primeiro, com seu público interno, e depois transmitir à comunidade, à sociedade.

Zico só disse o óbvio: “o clube está sendo achincalhado”. Sim, e o que a diretoria tem feito a respeito? Vem a público mais de um mês depois para dar qual notícia? Esta? Isso todo mundo já sabe. Ele e Patrícia Amorim, liderança máxima do clube que não mostrou a cara até agora, precisam vir a público e demonstrar claramente que ações estão sendo adotadas para que esse processo cesse definitivamente. E ele não vai cessar por osmose. Não vai parar apenas porque esse é o desejo deles. Vai parar quando se adotarem medidas realmente técnicas para recolocar o time nos trilhos.

Zico e Patrícia são exemplos de atletas, estão fazendo um belíssimo trabalho técnico, financeiro talvez. Mas estão patinando na comunicação, no marketing, no relacionamento com a sociedade e por consequência com aqueles que mantêm efetivamente essa estrutura: os torcedores.

Eles estão agindo como se não devessem isso ao torcedor. A falta de posicionamento claro, de informações consistentes só deixam mesmo o torcedor decepcionado. É preciso argumentos, ações para motivar, levantar a galera e resgatar o orgulho do time. Isso é trabalho para outro time.

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