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terça-feira, 29 de junho de 2010

A FIFA SE RENDE AOS FATOS. E ÀS BOAS PRÁTICAS DE COMUNICAÇÃO

Que me perdoem a falta de criatividade, porque o tema está em todo lugar. Mas esta Copa do Mundo de Futebol está promovendo um festival extraordinário de cases para quem trabalha com comunicação. Sobretudo a quem faz gestão de crise.

Pior de tudo é que ainda tem gente -- gente que está no topo -- que fazia questão de ignorar o poder da mensagem. Caso do presidente da FIFA, por exemplo. Começou a Copa declarando aos quatro ventos que a entidade não tinha a menor intenção de rever o uso de tecnologia nos campos, a dspeito dos erros homéricos de arbitragem. Bateu o pé em cima disso.

Pois bem. O tempo (curto por sinal) se encarregou de fazê-lo descer do saltinho 15. Com a margem de erros (gravíssimos) aumentando exponencialmente, o todo poderoso, inabalavel e temido presidente foi obrigado a se rendr aos fatos. E se rendeu: como bom menino que é, foi à frente das câmeras, fez a lição de casa, desculpou-se e emanou a declaração que todo mundo queria: sim, vamos rever o protocolo (ou mais ou menos isso).

Não adianta bater o pé, fazer beicinho, bater a mão na mesa e fazer declarações explícitas de poder. Se quiser continuar mantendo a fleuma, vai ter que se curvar, sim. Isso acontece todo dia nas empresas, nas organizações, por que não aconteceria na jurássica FIFA? Não aconteceu antes porque até então o mofo da entidade fez pirraça acreditando poder passar por cima da opinião pública. Deu no que deu.

Na crise, a melhor receita é encarar os fatos, e, se tiver que promover mudanças, mude. Porque se você não faz, os fatos te atropelam e quem fica mal é você mesmo (ou a sua empresa).

terça-feira, 22 de junho de 2010

EU NÃO QUERO TER RAZÃO; SÓ QUERO SER FELIZ (F.G)

Tem amigos emputecidos comigo por conta de dois posts que fiz hoje pela manhã. Como "marqueteira", tentei analisar o perrengue Dunga x TV Globo do ponto de vista das marcas. O povo não usa o espaço destinao aos comentários no Blog (talvez para não se expor), mas liga, manda e-mail, manda recado etc. Acho até legal. Mas, ao contrário do que imaginam os "bronqueados", eu não defendi o Dunga. Mas, sim, avaliei que a TV Globo, Ricardo Teixeira e o R. Paiva deram um tiro no próprio pé na tentativa de alimentar um ódio insano pelo Dunga.

Agora abro o UOL e vejo em manchete: "espectador ataca Globo e fica ao lado de Dunga em briga com emissora". Caramba, alguém tinha dúvida? Quer dizer que chega a esse ponto a soberba? Um dia ouvi de alguém que a arrogância cega. Agora eu concordo. Só não tinha ideia de que essa cegueira poderia acometer gente que vive de imagem, de ações mercadológicas, de público de massa etc , blá, blá, blá.

Resumo da ópera? Eu estava certa. A TV Globo subestimou os espectadores; R.Paiva foi absolutamente ingênuo quando caiu na lábia da equipe da emissora e Ricardo Teixeira foi malandro, jogando para o Dunga a responsabilidade por conceder ou vetar uma entrevista exclusiva. Até agora, Dunga levou a melhor. Obviamente, porque o espetáculo se faz no campo e não nos "bastidores da notíca.

Jornalista se leva muito a sério. E os 300 profissionais deslocados pela TV Globo para a África do Sul se achavam invencíveis. Que coisa, 300 caras de mau não conseguiram demover as convicções de um gaúcho turrão, magoado e ferido?

Mas entre mortos e feridos, todos aprendemos. Que a lição fique para 2014. A TV Globo tem lá os seus motivos para insistir; é parte do jogo. Mas (eu sei que vem porrada) não se ultrapassa o limite ético para se cumprir uma missão. Nesse caso, o risco é muito gande. A Globo preferiu correr esse risco. Aliás, certamente na estratégia de ataque ao treinador o risco era uma hipótese praticamente nula.

Heloooooo!!! Gente, as pessoas aprenderam a pensar, conquistaram o direito de escolha, e já sabem de manifestar com um índice bacanade acerto (que o diga o Ficha Limpa, apenas para ficar num exemplo emblemático).

A Copa do Mundo de futebol no Brasil é diferente da Copa no resto do mundo. Nós aprendemos a gostar de futebol; hoje as mulheres já aprenderam a diferença entre um pênalti e uma falta no meio de campo. O que as pessoas querem é o show em campo, os dribles do Robinho, os gols do Fabuloso, o charme do Kaká.

Em nome dessa cegueiraa TV Globo menosprezou o movimento "Cala Boca Galvão", sem perceber nesse grito um alerta, achando apenas engraçadinho. Vai continuar apanhando. Como eu descrevi no primeiro post de hoje, a imagem da emissora foi significativamente afetada nesse episódio. Mas, feliz ou inflizmente, a Globo é apenas a parte mais visível desse perrengue. Atribuo ao R. Paiva, assessor de imprensa da Seleção e diretor de comunicação da CBF a maior parcela de responsabilidade pelo vexame.

Ele adotou o lado hipoteticamente mais forte da questão, aliou-se a um grupo por emoção e corporativismo, e abandonou, completa e absolutamente critérios técnicos de relacionamento imprensa x cliente. Ele ajudou a alimentar esse fogo quando se eximiu de atuar profissionalmente para mediar o conflito. Pode ser que ele não saiba fazer isso, e tudo indica que não. Mas esse fato não justifica a adoção de um lado da questão, erro clássico de assessores de imprensa inexperientes.

Segundo nota no UOL, até altos diretores da casa (TV Globo)estariam meio desorientados com a repercussão negativa do caso e a reação da opinião pública. Que ótimo! Existe luz no fim do tunel.

É SÓ UMA QUESTÃO DE TEMPO. NADA É POR ACASO

Nem precisa trabalhar com comunicação para saber que o tempo, senhor da razão, se encarrega de abrir a cortina e mostrar os fatos. Sim, deculpem-me a insistência, mas o caso Dunga x TV Globo é uma aula de comunicação corporativa.

Depois de ditar as regras do jogo na Copa anterior e promover o maior bundalelê disciplinar que um evento desta envergadura já assistiu, a TV Globo achou que seria fácil repetir a dose embaixo das barbas de Dunga. Matéria publicada há pouco no UOL joga um pouco de luz sobre a birra que vem sendo travada entre o técnico e a emissora de TV. Segundo o UOL, a TV Globo teria negociado diretamente com Ricardo Teixeira uma entrevista exclusiva com alguns jogadores, logo depois da partida de domingo, contra a Costa do Marfim.

Desconhecendo o gênio e o poder do adversário, a Globo comete erro estratégico. Aliás, todos erraram. Inclusive o Teixeira, que, tentando usar o poder a ele conferido, passa por cima da autoridade do Dunga e se compromete com algo que não lhe caberia se comprometer. Isso chama-se choque de lideranças.

Se Dunga cedesse, nunca mais retomaria as rédeas do jogo, com perdão do trocadilho. Se a TV Globo não tentasse, não estaria cumprindo seu papel no esforço de reportagem. Depreende-se, portanto, que todos estejam certos. Sim, apenas os métodos foram errados.

Vale salientar, nesse caso, como eu descrivi no post anterior, a postura errática do único profissional que poderia contemporizar a situação: Rodrigo Paiva, o assessor de imprensa, diretor de comunicação da CBF. Paiva já tinha, muito antes dessa confusão, definido seu lado de apoio (outra lambança recorrente em grande parte dos assessores de imprensa). O lado que ele escolheu apoiar foi a imprensa.

Definitivamente, ele não está lá para isto. Deixando transparecer suas preferências em detrimento de apresentar soluções e atender plenamente seu cliente, Paiva só joga mais lenha numa fogueira que está longe de ser apagada.

Quando profissionais de comunicação treinam executivos para melhorar seus relacionamentos com a imprensa (media-training), a lição número 2 é: não imponha suas posições de cima para baixo. Ou seja, não peça espaço ao dono do jornal; não peça cabeça de repórter à chefia só porque é amigo do editor etc e tal.

A TV Globo, por desconhecimento ou malandragem, fez justamente o contrário e isso explica a entubada que levou, carregando consigo Ricardo Teixeira e os chiliques do Paiva, em reprovação à atitude do Dunga.

É esse o resultado quando se lidera pelo poder e não pela autoridade. Paiva poderia, desde o princípio, ter cumprido seu papel de mediador entre as duas partes. Mas ele não entende disso e preferiu a via mais fácil, que foi ficar do lado dos colegas. Ricardo Teixera poderia ter ratificado o poder conferido ao Dunga e ter tentado, ele mesmo, negociar a pendência. Dunga poderia ter sido menos rancoroso, administrar a questão com o cérebro em vez de usar o fígado, e assim ouvir as bases e ceder um pouco.

A truculência, arrogãncia, falta de conhecimento e rancor, respectivamente nessa ordem TV Globo, Ricardo Teixeira, Rodrigo Paiva e Dunga poderiam ter nos livrado disso. A imagem de todos agradeceria, e suas marcas, idem.

A lição que fica para a próxima Copa é a necessidade mais que urgente de se colocar gente competente para tocar esse barco. O jeito Paiva é está fadado ao fracasso há muito tempo, porque contempla apenas um lado da questão: o da imprensa. Assessores de imprensa não existem mais há muito tempo. O que existe é gente que entende de comunicação como um todo, que saiba mapear eventuais zonas de conflito, apresentar soluções, ser disponível (e não amigo) e enfrentar os conflitos com técnica. Enfim, atribuições que estão muito longe dessa equipe.

DUNGA É CEO DE UMA MARCA E ESTÁ PERDIDO NUM CONFLITO PROFISSIONAL E PESSOAL

Em que pese a importância sócioeconomica da Copa do Mundo, tanto FIFA quanto CBF ainda não perceberam que falta um profissional capacitado na área de Relações Públicas na equipe brasileira deste Mundial. Profissional independente, sem partido e sem time.

Observando os últimos fatos que envolvem a imprensa brasileira e o técnico Dunga, essa necessidade fica mais evidente. A briga lembra um cabo de guerra, disputado milímetro a milímetro entre toda cadeia de interesses envolvidos. Só ficam de fora, boquiabertos, o torcedor e o anunciante, aqueles que, efetivamente, pagam a conta e para quem é dirigido o espetáculo.

Urge, portanto, a introdução de métodos acadêmicos modernos de relações púbicas à estrutura da FIFA e CBF. Nesse caso, à CBF particularmente, porque não consegue conter o conflito estabelecido entre o técnico e alguns setores da imprensa. O ideal seria que se integrasse à equipe um profissional habilitado em gestão de crises institucionais. Havendo ou não crise, estaria ele lá, a postos e preparado para acionar seu ferramental, a qualquer momento de dificuldade.

Esse profissional não poderia cair de paraquedas na Africa ou onde quer que uma Copa se realize. Ele deve fazer parte da equipe -- identificando brechas, abrindo caminhos, mediando conflitos -- assim como os médicos, os fisioterapeutas e os psicólogos.

Ele deve fazer parte do cronograma desde a montagem da equipe. Deve ser um profissional indepedente, aceito por todos os interessados. Ao assinar um contrato para dirigir o Mundial, a equipe técnica, incluindo o treinador, deve estar ciente e concordante da presença desse profissional de RP, respeitá-lo e acatar suas recomendações como acatam as recomendações de médicos e nutricionistas.

Alguns podem lembrar que a CBF conta com profissional competente respondendo pela assessoria de imprensa. Concordo, mas ele não tem as feramentas de relações públicas; é jornalista e, tudo indica, já adotou seu lado na questão e esse lado não é o lado de Dunga. Assessor de imprensa, além de ser uma figura retrógrada, não é exatamente um mediador de conflito. Ou ele toma o partido do cliente ou da imprensa. O mediador de conflito analisa os fatos e propõe solução.

Alguém precisa informar ao técnico que um time para um mundial deve funcionar como uma empresa e ele, como CEO dessa organização, deve respeitar regras, cumprir protocolos e gerar os dividendos (ganhar a Copa). Dunga está conduzindo a Seleção Brasileira com o fígado e isso não é bom para ele, tampouco para a CBF, nem é bom para o torcedor ou o anunciante.

Avaliando a conduta de Dunga, fica evidente que ele recebeu instruções expressas para conter a farra do boi que foi o Mundial anterior, onde a imprensa brasileira deitou e rolou como bem entendeu sobre a agenda dos jogadores: qualquer hora, qualquer dia. Obviamente, parte daquela derrota deve-se à absoluta falta de disciplina. Queiramos ou não, empresas funcionam quando têm disciplina, políticas claras de relacionamento com seus públicos etc.

Tudo indica que o Dunga topou, portanto, ser o escudo humano da Seleção Brasileira. Porém, ele está conduzindo a crise pelo enfrentamento, sobrepondo a emoção a todo e qualquer outro argumento técnico que pudesse atenuar o conflito.

Um profissional habilitado em gestão de crise daria ele feramentas mais condizentes ao cargo que ocupa nesse momento, evitando o confronto aberto e explícito, promovendo a disciplina em ambos os lados. Paiva perdeu o controle porque "comprou" as dores da imprensa e, como bom jornalista que é, sem perceber transfere para seu trabalho suas preferências pessoais. A liderança que ele poderia imprimir nesse conflito foi diluída pelo poder de Dunga. E, sabe-se, a liderança deve ser exercida pela autoridade e não pelo poder.

Seja qual for o resultado desse evento para o Brasil, ficará na lembrança de todos os torcedores a figura de um Dunga rancoroso e vingativo que, claro, a imprensa, mal atendida e mal conduzida, faz questão de reforçar esses atributos. São aspectos, portanto, que nada contribuem para o investimento que o anunciante depositou no evento.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

BUROCRAIA BURRA E CARA. MAS QUEM PAGA SOMOS NÓS

Peço licença para abrir um parêntese e, hoje, falar da burocracia em detrimento da ordem, ao invés de comentar sobre o movimento das marcas. Entretanto, não deixa de ser uma observação sobre comportamento de marca, e nesse caso, da marca "Brasil", cuja estrutura de Estado, aliada à cabeça dos burocratas, prefere optar pela estagnação, em detrimento da própria cidadania. À história:

Meus filhos foram registrados com nome e sobrenome de pai e mãe, quando à época eu ainda era casada e assinava, portanto, o sobrenome de meu então marido. Quando me divorciei, providenciei a mudança do meu nome, voltando a assinar o nome de solteira.

Pois bem, décadas depois, meu filho mais velho tirou a carteira de motorista. Nos documentos dele figura meu nome de casada (eu ainda era casada com o pai dele quando o sujeito nasceu).

Ao solicitar a renovação de sua CNH, me filho teve o pedido recusado, sob o argumento de que o documento deveria seguir para Brasilia, para averiguação, porque agora notaram que eu assino apenas o nome de solteira (por que será?). Não aceitaram minha certidão de divórcio e o garoto vai ficar sem carteira pelo menos um mês, até que o documento volte a São Paulo. "Praxe para averiguação", foi a resposta à indignação do garoto.

Na era digital, um órgão público que rege as regras para se conduzir automóveis não tem um cadastro que o liga a outras fontes de informação. A CNH de meu filho vai viajar a Brasilia para que a burocracia averigue se ele é realmente meu filho, ou se ele adulterou os documentos, ou se eu adulterei os documentos do garoto, ou por que o nome da mãe dele era um e agora é outro.

Em pleno século XXI (ainda prefiro escrever em romanos), um cidadão que declara imposto de renda, trabalha, estuda, não se droga e tem planos para o futuro, tem que atrasar uma série de compromissos porque a "máquina estatal", e a atendente que lhe negaram a renovação, não aceitam minha certidão de divórcio como prova de lisura em seu documento.

Isso é retrabalho, mais ônus ao serviço público, atraso na emissão de um documento fundamental, e, ainda, expõe uma estrutura de Estado jurássica, um atendimento errático e absolutamente arrogante. Dá pra acreditar nessa marca Brasil? Alguém acha que questãoes tão simples terão solução a curto prazo?

Ma, se meu filho for pego numa blitz da Polícia dirigindo sem portar CNH, certamente sofrerá todas as penas da Lei, com aplicação de multa, etc. Portanto, ele não o fará, mas pediu pra eu apressar a busca por seu direito a um passaport italiano.

terça-feira, 15 de junho de 2010

NÃO PROMETA AO CONSUMIDOR O QUE NÃO VAI REALIZAR. A VÍTIMA PODE SER A SUA MARCA

A internet é só uma ferramenta; para que ela funcione a seu favor, é preciso ter gente por trás da tela para ralizar as tarefas. Email-mkt, por exemplo. Tremenda ferramenta que substitituiu quase que totalmente as cansativas malas-diretas de papel. Porém, cumprindo um código de ética e legal, as empresas sérias estampam um link onde o internauta pode escolher NAO receber novamente informações sobre aquela empresa, produtos ou serviços que se utilizam da telinha do computador.

Pois bem, a Editora Abril, por exemplo, mantém o cube do assinante e em nome dele dispara dentenas de email-mkt todos os dias, promovendo suas publicações e outros produtos.

Por conta de ter comprado, pago e não recebido uma coleção de CDs, cujo investimento só tive de volta depois de reclamar no procom, pedi o cancelamento das malas-diretas via email-mkt, através do serviço indicado no próprio material. Fiz isso dezenas de vezes e.... nada. Contnuava recebendo.

A única conclusão possível é a de que não há um profissional responsável que, de posse das respostas do email-mkt, processe a informação e finalmente cancele aquele material. Mesmo pedindo reiteradamente, continuava recebendo as tais malas-diretas eletrônicas.

A impressão que eu tinha dos serviços da Eitora Abril, que já era ruim, ficou pior. Passei a desejar menos ainda aqueles email-mkt, pelos quais eu nunca autorizei o envio à minha caia postal eletrônica. Resolvi o problema registrando uma reclamação no site www.reclameaqui.com.br. Eles remetem a reclamaçao à empresa, cobrando solução. Inclusive fornecem, atualmete, link para as redes sociais mais populares, como canais para disseminar a sua reclamação. Deu certo.

Mas precisava desse esforço todo? Será que uma estrutura como a da Ed Abril não tem ninguém qualificado para colher respostas dos email-mkt? Que tem, tem; só não seis se são qualificados. Pelo menos não cumprem o que prometem.

A dica de hoje é a seguinte: cumpra as promessas que faz ao seu consumidor. Ponha gente para trabalhar nessa estrutura. Gente que pensa, que executa. Caso contrário, seu produto pode até melhorar, mas a imagem já foi pro espaço.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

AS MARCAS, REDES SOCIAIS E OS EQUÍVOCOS

Garanto, não é política. O deputado Raul Jungmann postou em seu site há pouco um estudo bacana da Delloit sobre a relação das marcas com seus consumidores nas redes sociais.

O conteúdo faz sentido e vale a pena prestar atenção às dicas. Tive uma experiência pessoal, e a impressão foi a mesma identificada na pesquisa elaborada pela Delloit. Ou seja, as empresas estão usando erroneamente as redes sociais para chegar perto dos seus consmidores.

Clique no título para ler o conteúdo da matéria.

CAMINHOS -- CADA UM ADOTA UM

O post anterior buscava uma discussão sobre uma nova postura das assessorias de imprensa frente ao cliente. Recebi dois telefonemas irados, de colegas defendendo a manutenção da atividade. Viva! a notícia boa é que a assessoria de imprensa está viva. A não tão boa para alguns é que assessoria de imprensa não é mais a mesma.

Aquele negócio de esperar um telefonea do cliente para que ele conte a você o que precisa ser divulgado já era. Se o assessor não participa ativimente do dia-a-dia do seu cliente, ou cobra aquém do necessário e portanto o resultado é aquém do pretendido; ou o cliente está queimando um dinheiro, coisa que, aliás, vai fazer a diferença mais à frente.

A prática de esperar o cliente te chamar, apurar a pauta, voltar ao escritório e disparar release a meio mundo é formulinha que já se mostrou esgotada. Outra manjada é aquela de guardar um mailling relativo à atividade do cliente, com revistas hiper-super-mega segmentadas, enviar àqueles chapas conhecidos e aguardar (enquanto aguarda atende mais três ou quatro clientes -- mal atendidos, claro).

Dias depois, um volume incrível de clipping é despejado na mesa do cliente e.... missão cumprida: emite a fatura e corre pro abraço. Aviso aos navegantes: essa já era também, porque o cliente já sabe falar sobre a qualidade do clipping.

Nem sempre a solução para aquele momento de divulgação é o release. Pode ser uma conversa com um único jornalista; pode ser uma visita às instalações do cliente etc. A grande sacada é ter dissernimento para entender o que o cliente está lhe passando, e, dentre as ferramentas da comunicação, adotar aquela que mais e melhor vai atender à necessidade daquele momento.

Apertar o botão é fácil. Mais difícil é propor uma solução mais inteligente, perceber o "timing" daquela demanda e não ter medo de propor ao cliente uma solução que fuja do convencional. É para isso, justamente, que ele contratou você.

A ASSESSORIA DE IMPRENSA MORREU?

Não morreu, mas ela não existe mais sozinha. Aliás, nunca existiu, e quem pratica a atividade isoladamente engana o cliente. Agora, claro que tem cliente que gosta de sr enganado, e aí a história é outra.

Em países desenvolvidos, essa prática inexiste. O que vigora são ações de relações públicas que, pelo impacto, geram notícias espontaneamente (grosso modo). Aqui, por conta da origem da atividade econômica, seu desenvolvimento aos trancos e barrancos até encontrar a recem estabilidade, as coisas foram atropeladas. Alia-se a isto a proliferação de cursos de comunicação e a falta de emprego para essa mão-de-obra: prato pronto para a distorção.

A assessoria de imprensa como ferramenta de comunicação é indispensável em qualquer planejamento, mas ela tem de ser respaldada por um projeto macro de comunicação, que alinhe a estratégia de negócios a uma visão macro para todos os públicos impactados pela atividade da empresa.

A empresa, hoje, tem de se relacionar com um número "x" de grupos de interesse, que devem ser tratados com o mesmo esmero, mesmo cuidado, e mesma constância do que a imprensa. O público interno, por exemplo. O ideal é que ele seja informado sobre quaisquer mudanças, quaisquer planos antes de qualquer outro. É frustrante para o empregado conhecer sua empresa pelo jornal, e gente frustrada produz menos e com menor qualidade.

O cliente tem ainda seus investidores, a comunidade no entorno de suas instalações, tem governo e, claro, consumidores de seus produtos e serviços. Trabalhar a assessoria de imprensa isoldamente é desconsiderar os demais públicos, e portanto o hiato na comunicação vai distanciando a empresa dos seus interesses de tal forma que, quando ela efetivamente precisa acionar uma rede aliados, percebe o quão rala são as suas relações e até a percepção que o mercado tem de si mesma.

O que ocorre, hoje, em grande parte das agências que ainda se qualificam apenas como assessorias de imprensa, é a falta de conhecimento técnico de outras ferramentas, e isso acaba distorcendo não apenas a própria atividade, mas também, e principalmente, todo o trabalho junto ao cliente.

A falta de conhecimento e experiência impedem que esse profissional identifique as lacunas entre os diferentes públicos impactados pela atividade de seus clientes e o resultado é sempre desastroso, porque nunca será um atendimento pleno, que atenda às reais necessidades daquele cliente.

O pulo do gato é saber fazer o diagnóstico; mergulhar na atividade do cliente e saber identificar quem é quem nesse tabuleiro. E não ter medo de alianças com profissionais de outras áreas da comunicação. E, acima de tudo, que todos trabalhem alinhados a uma única estratégia de negócios, sem a predominância de egos, disputas e picuinhas. O cliente agradece.