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quinta-feira, 10 de maio de 2012

MAIS UMA GROSSERIA DE ALEX ATALA.


Em linha com as piores práticas de comunicação corporativa, Alex Atala jogou no colo do público a culpa pelo mico de sua marca durante a Virada Cultural. O desabafo doi durante o programa de Marilia Gabriela. Segundo ele, "o público não se comportou bem".

Acostumado aos elogios de baba-ovos eternamente de plantão, a ficha de Atala ainda não caiu. O erro que provocou todo aquele mico na Virada Cultural com a sua marca não foi do público. O erro foi do seu staff, ou de si mesmo, pela errônea avaliação que resultou em sua participação no evento. Se o staff de Atala funcionasse, teria desaconselhado a participação nos moldes originais -- 500 pratos de graça --  e teriam apresentado alternativas: não participar; participar sob a condição de vender os pratos; vender os pratos e doar o lucro a ONGs sérias que operam na área da cultura.
O pagamento pelo prato já teria minimizado o tumulto. Por sí só já seria um filtro. Mas ele prefeiriu posar de bonzinho da história, o bonzinho da praça que estava concedendo ao povo o delírio de provar um prato de seu restaurante. Pagou pela incompetência estratégica, falta de visão e  finalmente pela arrogância. Agora, quer mandar a conta para o povo. Aqui óoooooo!!!

O modelo de participação escolhido provocaria tumulto em qualquer cidade do mundo que se propusesse fazer uma festa eminentemente popular, com a participação prevista de milhões de pessoas espalhadas pelos diversos pontos 
centro da cidade.

Oferecer 500 pratos de graça para um público esperado de mais de um milhão de pessoas (fala-se em 3 milhões) é no mínimo uma burrice, ingenuidade ou má fé. Primeiro porque a intenção evidente era manter quentinha a notícia da subida do DOM do 7º para o 4º lugar entre os melhores restaurantes do mundo.

A confusão deveria ter sido prevista, se o seu staff tivesse mais competência e a comunicação, especificamente, visão estratégica orientando e dizendo a ele que aquilo era uma insanidade. Alê, alô, assessoria, comunicação não serve apenas  para distriuir release; tem que orientar o cliente e dizer, inclusive, quando ele está prestes a fazer uma grande besteira.

Mas se não dizem nem que a sua dicção e pontuação são péssimas nos programas de TV, por que lhe diria que o evento era inadequado, não é mesmo?

A comida de Atala é realmente uma delícia; o atendimento nem tanto, mas como não sou habituè, isso pouco me importa. Porém, como fã de carteirinha da Virada Cultural, da proposta democrática que ela representa, e das proporções que ela ganhou nas ultimas edições, é inadmissível que ele, um empresário de sucesso, esteja jogando no colo do público uma responsabilidade que é apenas sua.

A sugestão é que ele aprenda a lidar melhor com a crítica, assuma seus erros e responsabilidades, cobre da sua assessoria uma atuação mais estratégica e assim, quem sabe, estará mais preparado para quando seu restaurante for o primeiro.

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