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domingo, 4 de março de 2012

NÃO É CASO PARA COMUNICAÇÃO, MAS POLÍCIA

O andar da carruagem sugere que a direção do parque Hopi Hari contratou alguém especificamente para comunicação e gerenciamento da crise. A entrevista no Fantástico, concedida pelo vice-presidente do parque, Sr. Claudio Guimarães, pode ter sido o primeiro movimento na tentativa de estancar um estrago, indubitavelmente, irreversível.

Estratégia facinha: um veículo de projeção nacional, na maior audiência do dia, estrategicamente pensada para ser a única “aparição pública”.

Tiro no pé.

Se assim o for, demoraram muito. A entrevista só não foi risível porque tratou de uma tragédia. Até na patética tentativa de choro o executivo foi mal orientado. Parecia um ator de quinta. As revelações que saíram da boca do segundo executivo mais importante da empresa que administra o parque me provocaram arrepios, trazendo à lembrança o fato de que que meus filhos frequentaram aquela espelunca várias vezes, durante a adolescência.
Segundo ele, a cadeira que despencou com a garota estava quebrada há 10 anos. Pergunta inevitável do repórter: Mas por que não havia nenhuma sinalização, nenhum aviso que indicasse esse problema para os frequentadores do parque? Resposta do sujeito: Porque não havia necessidade.

Não havia necessidade, cara pálida? Não há comentário que explique tamanha insanidade.

Os protocolos de gestão de crise existem para serem aplicados em empresas realmente comprometidas com suas atividade fim. Aplicam-se a empresas interessadas em descobrir onde erraram e como podem acertar, pós-crise. Este não é o caso, definitivamente, do Hopi Hari.

4 comentários:

Sabrina Raupp disse...

Olá Silvana,

Concordo com o que você diz. E, após toda essa tragédia (tanto o acidente, quanto a entrevista) demonstra como o parque estava despreparado. Se ele tem um protocolo para gestão de crise, esse deve estar guardado no fundo, mas bem no fundo, de uma gaveta. E, deve estar lá há mais de 10 anos, pois se o administrados do parque tivesse lido ele saberia que antes evitar uma crise do que administrar uma.

Silvana Destro disse...

Duvido que eles tinham algum tipo de protocolo. Quem omite uma cadeira quebrada por 10 anos, não tem manual de crise. E concordo plenamente contigo, melhor prevenir uma crise, do que administra-la. Bjs

Adriano Berger disse...

Só tenho uma questão que não me deixa dormir: como é que um parque desse tamanho não arruma uma droga de uma cadeira do brinquedo durante 10 anos?!

Todo mundo pergunta "por que não tinha nenhum aviso na mardita?" Mas eu pergunto por que ninguém solicitou a manutenção da cadeira nos últimos DEZ ANOS, onde duas copas do mundo e duas olimpíadas se passaram, além de 10 férias de verão, 10 férias de inverno e 10 dias da criança, e ninguém fez nada a respeito???

Se não tiveram competência para arrumar um material de trabalho que é fonte de receita do parque, qual é a chance de eles terem a competência para aparecer na Rede Globo e conseguir apaziguar a crise?

Vou morrer um dia sem ter visto de tudo nessa vida... rsrsrs

Abraços, Silvana!

Silvana Destro disse...

Oh!!! Adriano, meu amigo, infelizmente, você está coberto de razão. e eu acrescento ao seu rol de perguntas: Por quanto tempo, ainda, o poder público vai manter esse parque aberto, colocando a vida de tantas pessoas em risco?
abs