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quarta-feira, 9 de junho de 2010

A ASSESSORIA DE IMPRENSA MORREU?

Não morreu, mas ela não existe mais sozinha. Aliás, nunca existiu, e quem pratica a atividade isoladamente engana o cliente. Agora, claro que tem cliente que gosta de sr enganado, e aí a história é outra.

Em países desenvolvidos, essa prática inexiste. O que vigora são ações de relações públicas que, pelo impacto, geram notícias espontaneamente (grosso modo). Aqui, por conta da origem da atividade econômica, seu desenvolvimento aos trancos e barrancos até encontrar a recem estabilidade, as coisas foram atropeladas. Alia-se a isto a proliferação de cursos de comunicação e a falta de emprego para essa mão-de-obra: prato pronto para a distorção.

A assessoria de imprensa como ferramenta de comunicação é indispensável em qualquer planejamento, mas ela tem de ser respaldada por um projeto macro de comunicação, que alinhe a estratégia de negócios a uma visão macro para todos os públicos impactados pela atividade da empresa.

A empresa, hoje, tem de se relacionar com um número "x" de grupos de interesse, que devem ser tratados com o mesmo esmero, mesmo cuidado, e mesma constância do que a imprensa. O público interno, por exemplo. O ideal é que ele seja informado sobre quaisquer mudanças, quaisquer planos antes de qualquer outro. É frustrante para o empregado conhecer sua empresa pelo jornal, e gente frustrada produz menos e com menor qualidade.

O cliente tem ainda seus investidores, a comunidade no entorno de suas instalações, tem governo e, claro, consumidores de seus produtos e serviços. Trabalhar a assessoria de imprensa isoldamente é desconsiderar os demais públicos, e portanto o hiato na comunicação vai distanciando a empresa dos seus interesses de tal forma que, quando ela efetivamente precisa acionar uma rede aliados, percebe o quão rala são as suas relações e até a percepção que o mercado tem de si mesma.

O que ocorre, hoje, em grande parte das agências que ainda se qualificam apenas como assessorias de imprensa, é a falta de conhecimento técnico de outras ferramentas, e isso acaba distorcendo não apenas a própria atividade, mas também, e principalmente, todo o trabalho junto ao cliente.

A falta de conhecimento e experiência impedem que esse profissional identifique as lacunas entre os diferentes públicos impactados pela atividade de seus clientes e o resultado é sempre desastroso, porque nunca será um atendimento pleno, que atenda às reais necessidades daquele cliente.

O pulo do gato é saber fazer o diagnóstico; mergulhar na atividade do cliente e saber identificar quem é quem nesse tabuleiro. E não ter medo de alianças com profissionais de outras áreas da comunicação. E, acima de tudo, que todos trabalhem alinhados a uma única estratégia de negócios, sem a predominância de egos, disputas e picuinhas. O cliente agradece.

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