Da direita para a esquerda, antes e depois de uma boa consultoria |
Uma equipe de gerenciamento de crise não pode prescindir de dois profissionais: o advogado e o consultor de comunicação. Os demais vão se integrando à medida que o cenário vai se definindo, mas esses dois são fundamentais. É visível e muito interessante observar quando o trabalho engata com sinergia. Um exemplo recente é o da médica paranaense, suspeita de assassinatos na UTI.
As primeiras imagens mostravam uma mulher dura, com gestos repelentes, mal vestida, assustada e portanto agressiva. A equipe aproveitou sua visita obrigatória à polícia para começar a desconstrução da imagem inicial.
Especialistas afirmam que apenas 30% da comunicação entre um grupo se processa pela via verbal. O resto é visual, gestual, vestuário e outros. Pois bem, no Jornal Nacional aparece uma mulher de fala mansa, doce, gestos comedidos e a clássica frase: eu confio na justiça.
E a estratégia foi, definitivamente, promover uma profunda desconstrução, quase uma reestreia. Primeiro ela tirou a cor avermelhada dos cabelos, que lhe impunha uma imagem pesada. Lançou mão de uma maquiagem sóbria, mas nitidamente perceptível. O toque de mestre foi o batom róseo, que lhe conferiu uma expressão mais doce, mais leve, amigável e atraente. A cor rosa aproxima e inspira simpatia.
Não por acaso a presidente Dilma usou o mesmo tom, um pouco mais claro, quando anunciou a desoneração da cesta básica, em plena noite do Dia Internacional da Mulher.
O encerramento foi cinematográfico: com a voz suave ela termina a entrevista quebra-queixo (como se estivesse olhando uma vitrine da Tiffany) com um suave "com licença", e entra no carro.
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