Em poucas
horas um discurso único começou a se espalhar mundo afora, mostrando um
alinhamento perfeito da estratégia. As palavras de ordem eram coragem e humildade para definir a atitude do Papa.
Há elementos
suficientes para ilações de toda sorte, mas poucos veículos de comunicação se
atreveram a analisar a questão friamente. A mídia e os teólogos chamados às
pressas para tentarem explicar o que é publicamente inexplicável cumpriram
exatamente o roteiro que o Vaticano pretendia: idade avançada, cansaço, coragem
e humildade para justificar a renúncia.
Por
enquanto, deu certo. E provavelmente será esse discurso mesmo que vai habitar
os livros de história. Há dois fatores que balizam o sucesso da operação: o
primeiro é a aura de mistério, misticismo e respeito que ronda o Vaticano
(privilégio que poucas organizações podem contar, sejam elas públicas ou
privadas). O segundo foi o discurso articulado, ponderado e convincente
proclamado por qualquer representante da Igreja, repetido à exaustação, com as
mesmas palavras-chave.
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