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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

HOPE ENSINA MULHER A SER PUTA

O website da Hope, fabricante de lingerie, não informa quem foi a agência de propaganda que criou a campanha "Hope Ensina". Mas tudo indica que o criativo foi um homem. Duvido que uma mulher, publicitária, teria coragem de criar, aprovar com o cliente e veicular filmes que colocam a mulher em posição tão vulgar, como se fosse uma prostituta. (Clique no título para ver o filme). GiseleBündchen, como ganha alguns milhões pra protagonizar a campanha, topou a putaria, sem chiar.

A personagem entra em cena de roupa, dizendo ao marido algo que ela sabe que ele não vai gostar. Na sequência, mostra um carimbo com a inscrição "Errado". Corta, entra a próxima cena, Gisele só de calcinha e sutiã, dizendo a mesma frase. FNa sequência, o mesmo carimbo, com a inscrição "Certo". Uma campanha, digamos, didática.  

A campanha (tem vários filmes na mesma linha) é deprimente, barata, rasa, porca e apela para a solução mais fácil. A mulher, a mãe, e a irmã do criativo e do cliente devem usar os mesmos expedientes em casa, o que torna tudo isso tão normal para ele.

Uma campanha desse nível provavelmente não teve pesquisa quali nem quanti, só a imaginação fraca do criativo e o desrespeito do cliente que aprovou uma palhaçada dessa.

Colocar a mulher como puta para vender produtos é prática relativamente comum na propaganda. Mas essa campanha da Hope superou todas as expectativas. Mau gosto, fraca, sem qualquer traço criativo e sexista, a campanha é uma afronta a todas as mulheres que amadureceram, estudaram, pagam as próprias calcinhas e têm no homem apenas um companheiro de viagem. Esperar alguma coisa da Gisele Bündchen é chover no molhado, a considerar as besteiras homéricas que ela fala, sempre que abre a boca. Mas não precisava ir tão longe.

Da agência que apoiou uma criação dessa natureza (vou procurar quem foi e depois eu conto aqui) é de se lamentar. Fazer da propaganda um negócio tão lamentável, compromete toda uma categoria que está conseguindo sobreviver a duras penas num mercado tão competitivo, com qualidade, respeito ao consumidor e ao cliente.

Ao cliente, do qual eu quero distância e jamais comprarei nem um elástico, proponho uma reflexão. O dono da Hope, se tiver uma esposa, deve estar acostumado a esse tipo de experiência e aplaudiu, comparando suas mulheres às demais consumidoras da marca. Mas a ele eu digo: prostituta é a sua empresa.

O que prejudicou muito a discussão foi o fato de o governo ter pedido a suspenção da campanha. via de regra, tudo que o governo faz e fala é discutível, e portanto, a campanha ganhou ares de "bacaninha".

Em tempo: a agência "criativa" é a Giovanni+DraftFCB. A campanha ganhou manifestação contrária da Secretária de Políticas para Mulheres do Governo Federal. Em nota da empresa à imprensa, assinada por uma mulher (Sandra Chayo, diretora), explica que "os exemplos nunca tiveram a intenção de parecer sexistas, mas sim, cotidianos de um casal", reforçando que a mensagem não passa de "piadas do cotidiano". Ah!! então tá. Será que essa moça só pede o cartão de crédito pro marido quando está de calcinha e sutiã?

8 comentários:

Felipe disse...

Engraçado que eu sempre pensei nesse fato de "mulher-objeto" em muitas outras situações, como: semi nuas do programa Pânico, caldeirão do Huck e similares, mulheres-frutas, músicas + baile funk, composições e eventos de axé... entre outras.
Mas nunca vi ninguém se manifestando. Não tenho nada para falar conta nem a favor dessa campanha, mas seria bem bonito de ver essa mulherada que está arrumando a maior briga com a Hope fazer o mesmo com o restante que polui a imagem feminista há um booom tempo.

Anônimo disse...

É impressionante o despreparo da autora deste post. Agressiva, raivosa e ofensiva, seja à empresa anunciante, os profissionais que nela atuam, seu diretor, seja à profissional consagrada e respeitada no mundo inteiro, Gisele. Para quê? Quem colocou o termo e o conceito "prostituição" no assunto foi esta autora. A campanha da Hope passa longe, muito longe de tais conceitos. Duvido que a autora e a maioria das mulheres casadas e com relacionamento saudável com seus parceiros (namorados, noivos, maridos, amantes, seja lá o que for...) não tenham tido momentos assim bem humorados e descontraídos, na intimidade, para falar de problemas do dia-a-dia. D. Silvana, desarme-se. Quem está agindo de forma totalmente equivocada é a senhora. E, cuidado. Ofender pessoas e empresas como a senhora fez em seu amargo texto pode resultar em forte dor de cabeça e transtornos jurídicos. Mesmo que a senhora tivesse razão (e não tem!) o fato de ter escrito este texto com as ofensas pessoais que nele contem podem transformá-la em ré de caro e pesado processo. Não é assim que se exerce a liberdade de discordar do que quer que seja. Antes de tudo, é preciso ter respeito e educação.

Paulo, São Paulo

Silvana Destro disse...

Caro Anônimo, concordo contigo, escrevi com o fígado, sim. Mas, de acordo com o dicionário, prostituição é a atividade que obtem lucro com serviços sexuais. E se você está me ameaçando, não perca seu tempo, ou seja mais corajoso, exponha-se, pois você foi tão sutil e covarde quanto a mensagem da campanha. E não nivele as demais relações afetivas pela sua. O sutia e calcinha são elementos de sedução, sim, e todos os casais já devem ter aberto mão desse recurso. Mas usar sutia e calcinha para "aliviar" uma situação de prejuízo, apenas alguns.

Anônimo disse...

Sou mulher, estudei e continuo estudando, trabalho fora, ninguém me sustenta. Mas, acho que o seu comentário foi muito visceral, como se você tivesse inveja de uma mulher bonita usar seu charme pra amenizar uma situação com o próprio MARIDO. MARIDO, não com o chefe ou colega de trabalho, que aí sim, seria outra coisa! Falem o que quiserem, a Gisele pode "porrar" todos os carros que ela quiser, pois tem dinheiro suficiente para ela mesma comprar vários outros e nem dar satisfação a ninguém. Homem gosta de mulher feminina, que o seduza, assim como nós, mulheres independentes, continuamos gostando de homens cavalheiros. Achei a propaganda divertida e não me ofendi como mulher, profissional, nem nada. O governo tem muita coisa para se preocupar. Tá cheio de mulher que apanha do marido em casa e o cara só paga uma cesta básica e volta prá rua. Isso sim é preocupante!

Silvana Destro disse...

Ôoooo Anônima, não me subestime tanto. Inveja de mulher bonita? Desculpa, realmente você está equivocada, mas por minha culpa, realmente. Tenho não, colega. Acho que a sensualidade e erotismo deve, sim, fazer parte da comunicação nesse tipo de produto. Mas veja a diferença (nesse mesmo blog) entre esta e o anuncio das Lojas Marisa.

Anônimo disse...

Lamentável. Querer "ganhar" um debate simplesmente eliminando a publicação de comentários em resposta a sua réplica.
Democrático? Honesto? Ético?
Infelizmente, perdi meu tempo em um blog que não merece respeito.
Paulo, São Paulo

Simone disse...

Sil, a Inês de Castro fez uma crítica muito boa da propaganda ontem na BandNews. Vou ver se acho e te mando.

A propósito, eu concordo com o que vc disse.

bjs

Silvana Destro disse...

Paulo, desculpe. Não eliminei, apenas ela não aparece aquil. Por favor, poste-a novamente, porque eu a li pelo email, mas não poderia apenas inseri-la aqui com meu endereço.