Deprimente é o adjetivo mais próximo para a definição da entrevista coletiva concedida pelo jogador Adriano, durante o ato que oficializou para a torcida o seu ingresso no Corinthians.
É importante lembrar aqui, também, que assessor de imprensa não se presta apenas para distribuir release. Ele precisa, antes de tudo, orientar seu cliente sobre a melhor forma de se portar diante de um evento como este. Culpar a imprensa pelos danos à sua imagem é, no mínimo, risível. Desastroso e deprimente, sobretudo nas palavras de um atleta com perfil comportamental tão complicado.
Ele deveria ter sido preparado, deveria ter sido treinado, submetendo-se a simulações, que têm a função de conferir mais serenidade e segurança às respostas; deixar a fonte (no caso, o jogador)mais tranquila em relação às respostas e fortalecendo a chance de um clima cordial entre as partes interessadas (imprensa x jogador). O que se viu, depois de uma pergunta mais maliciosa, própria dos repórteres em pleno exercício da profissão, foi uma resposta beligerante, com ranço de mágoa e deixando escancarada a verdadeira face do jogador. Ponto para a reportada.
Ronaldo Fenômeno sabe muito sobre isso e deveria ter alertado seu novo pupilo, exigido que sua equipe o preparasse ou então, na dúvida, poderiam ter evitado (mais) esta saia justa contra o curriculo do jogador. Jogar um atleta nas condições do Adriano numa coletiva dessa natureza sem a menor segurança é correr um risco absolutamente desnecessário. É muito amadorismo reclamar da imprensa em plena entrevista coletiva.
Tão despreparado, desinformado e desamparado ficou com a pergunta que, ao fim da resposta chegou a dizer que sabe que notícia boa não vende, porque ninguém publicou foto sua num passeio pelo shopping com os filhos.
Ora, ora, ora....Assessoria, helloooo!!!! Tem que explicar ao moço os princípios básicos do jornalismo, da notícia e sobretudo como funciona essa engrenagem. A ele cabe ter disciplina: sentar, ouvir, se comprometer... blábláblá....
Para coroar a situação, a resposta atravessada de Adriano foi a deixa que um torcedor mais animadinho precisou para desfiar outra frase infeliz contra um repórter, que estava alí apenas cumprindo uma obrigação profissional. Ninguém precisava daquilo. A imaturidade de toda ação -- permeada por manifestações de truculência da turma da segurança -- fechou com chave de ouro um evento que tinha tudo para dar errado, e deu mesmo.
Errou o time, o patrocinador, o mentor e acima de tudo o pobre coitado do jogador, jogado às garras dos leões, ao que parece, sem a menor condição.
P.S.(03-04-2011): Se Ronaldo tem mesmo algum interesse no Adriano, deveria colocar sua equipe em campo e começar um intenso media-training com o atleta, incluindo conversas com a família. Agora foi vez da mãe do jogador, que entrou em campo para descer o cacete na imprensa, como se fosse dela a culpa pela situação do atleta. Adriano está apenas colhendo o que plantou; à impensa cabe relatar o desempenho da safra. Caso contrário, vale concluir que Adriano está no time apenas e tão somente para gerar fatos e espaço editorial. Esgotado esse resurso, provavelmente o jogarão na sarjeta.
quinta-feira, 31 de março de 2011
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Um comentário:
Vc disse tudo: AI não serve só para mandar release! Gostei do blog, estou seguindo!
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