Eu bem que tentei. Depois de dias e dias descendo o porrete no Flamengo pela forma como a diretoria vem conduzindo a crise instalada pelo (ex) goleiro, escrevi um artigo exaltando a reação dos dirigentes durante o último fim de semana (entrevista, mea-culpa etc). É o post anterior a este.
Menos de 24 horas depois, vem tudo abaixo novamente. A diretoria recuou, e revogou a demissão do (ex-goleiro). O que vem depois é mais que prevível: notas difusas, falsos argumentos e o mesmo blá-blá-blá de sempre quando ninguém se entende.
O recado dessa nova ação desastrada (é quase uma por dia) que passa nas entrelinhas é de que o (ex) goleiro ainda exerce poder no clube da Gávea. Aí fica igual maionese quando desanda: não adianta tentar consertar, o estrago já está feito e a tendência é piorar. Patricia Amorim, por exemplo, não precisava vir a público contar que o(ex) goleiro tinha liderado um motim bem antes desta crise. Por que ela, então, como presidente, não tomou as providências que deveria ter tomado, conhecendo a conduta do jogador?
O papel de Patrícia agora é outro: e esse "outro" não passa nem perto de jogar mais lenha na fogueira, expondo as fragilidades do time, o bundalelê que prevalecia antes de acontecer o pior. Melhor ficaria se a direção tomasse verdadeiramente o papel que lhe cabe, e começasse a agir com maturidade.
Primeiro anunciou com estardalhaço a constituição de uma Comissão de Notáveis para avaliar a situação e dar um "veredito". Que coisa é essa de comissão de notáveis? Fico tentando imaginar como deve ser a war-room dessa crise no Flamengo (se é que uma war-room foi efetivamente montada). Provavelmente cheia de gente, algumas pessoas se sentindo a última coca-cola do deserto, palpites mil fervilhando e... quando se decide finalmente pela ação, percebe-se (depois de anunciá-la) que esta não seria a mais adequada (pelo menos juridicamente), embora ninguém ainda esclareceu os verdadeiros motivos que levaram os dirigentes a cancelar a demissão do (ex) goleiro. Como ficam os "notáveis" diante dessa derrapada feia?
À moda FHC, esqueçam o que eu escrevei no post anterior. Mais uma vez a direção está provando que não tem técnico ajudando na conduição dessa crise. E se tem, esse profissional ou equipe não está sendo ouvido. E portanto, a resposta é: não tem. É mais honesto pelo menos. Esse comportamento é muito recorrente em situações semelhantes. Mas está passando da hora dessa direção abaixar o topete e enfrentar o problema sem estrelismo, sem trapalhadas, sem derrapagens.
Pra isso, eles nem precisam de "notáveis" !!!
terça-feira, 20 de julho de 2010
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