Páginas

domingo, 25 de julho de 2010

ANTES TARDE DO QUE NUNCA

Já disse isto neste espaço, mas repito: em crises corporativas, o "timing" das ações pode ser fator decisivo no sucesso ou fracasso das operações. O Clube de Regatas Flamengo demorou, mas reagiu, agora de maneira correta. Patinou na retomada, mas engatou uma rota de acertos que certamente vai colocar o clube nos eixos.

As últimas ações mostram que Zico foi destacado para tomar as rédeas do caso. Ele é a fonte de todas as matérias: com falas firmes, seguras e discurso consistente. Patrícia Amorim tirou férias (é assim mesmo que se tira um elemento que não contribui na fase crítica).

A entrevista nas Páginas Amarelas da revista Veja é a materialização do resgate. Foi matadora: Zico teve oportunidade e aproveitou o espaço para falar de valores e da missão do clube. Esse posicionamento é a pedra de toque que faltava para mostrar à opinião pública o esforço, a disposição e empenho da diretoria em descolar o clube dos escândalos sucessivos a que vinha sendo exposto por um grupo de atletas.

Esse mote -- valor, visão, missão -- posiciona o público interno, até então carente de uma liderança firme, assim como toda a sociedade, e principalmente os esportistas, sobre as intenções do Clube em tomar para si a responsabilidade sobre a reconstrução da marca Flamengo, tão apedrejada nos últimos meses.

Ninguém melhor que o Zico, um atleta cuja imagem é irretocável, para conduzir esse processo. A presidente, Amorim, mostrou-se incapaz de promover essa condução. Deu no que deu.

Há semanas comentando esse caso do ponto de vista técnico da gestão de crise, este torna-se, portanto, o último post a respeito. Todos os aspectos que eu havia destacado como prioridade para tirar o Flamengo do olho do furação, estão sendo implementados. Muito legal.

Nenhum comentário: