Em todos esses dias de crise, que vem arrastando consigo o prestígio da presidente Dilma, expondo mais uma vez as vísceras do governo, muita besteira foi cometida na tentativa de manter Antonio Palocci à frente da Casa Civil. Ações tão inúteis quanto enxugar gelo. Aliás, a maioria delas absoluta e completamente dispensáveis, como a intervenção do ex-presidente Lula, que jogou no lixo o frágil prestígio que a presidente Dilma conquistara em cinco meses de governo.
Em crises institucionais, sejam elas na iniciativa privada ou governo, o tempo é o melhor – ou pior – aliado. Quanto antes se reconhece a crise, e atua-se sobre ela, mais depressa ela se dissipa. O governo fez a aposta errada, contou com o tempo e a possibilidade de fatos que sobrepusessem Palocci. Difícil, muito difícil.
Nesse caso, parece que a marca, o conceito e os valores são o que menos importam para a equipe que está à frente desse governo e deste suposto grupo de gerenciamento de crise. Preservar Palocci é mais importante do que fazer a máquina funcionar. O preço tem sido muito alto para o governo e ainda não sabe até quando a estrutura a pressão. Talvez em algumas horas ele esteja fora do governo, mas o estrago já foi feito. Poderia ter sido muito mais fácil, e menos oneroso para o Planalto. Mas esses “gestores” pouco se importam com eficiência da máquina. Importa o poder. O cidadão (cliente que paga a conta) que se lixe. A Dilma já mostrou que não sabe administrar o pós-venda.
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