Vem aparecendo nos últimos dias em redes sociais grupos provocando discussão sobre a nova campanha publicitária da Bombril. Em alguns sites especializados, li que a marca queria renovar, pressupondo certo cansaço do Carlinhos Moreno, há décadas à frente da imagem da empresa. Já tentaram isto uma vez e voltaram atrás.
Pois bem, acho que o tiro saiu pela culatra. Puseram nos filmes comercias mulheres “evoluídas” vestidas de homem, desprezando grosseiramente o gênero masculino, e literalmente os chamando pra briga. Lamentável. Para a Bombril, mulher evoluída tem que se vestir de homem, brigar com eles, chama-los de inúteis e usar de grosserias explícitas.
Ah! Mas é só um comercial, brincadeira, exagera-se nos estereótipos para firmar um conceito. Que conceito, por favor? Imagino eu, do alto de toda minha ignorância, que uma campanha publicitária deva buscar elementos de identificação entre o consumidor e a marca.
Pois bem, que tipo de identificação tem a mulher evoluída com essa campanha? Ao evoluir ela precisa se vestir como homem? Precisa brigar com o homem? Precisa chamar o sexo oposto de inútil? Precisa vestir uma farda e falar grosso para se fazer entender? Mulheres evoluídas, na minha concepção, compõem com seus pares, sejam eles homens ou mulheres; não precisam ir à guerra para se fazer entender.
É difícil competir com Carlinhos Moreno; o que não significa que eu defenda a eternização do personagem. Mas não custava nada pensar um pouquinho mais e conseguir uma peça mais criativa. Contrapor homens e mulheres numa peça publicitária é mais antigo do que dizer “reclame” no lugar de comercial. E equiparar a mulher à pior face masculina, pior ainda. É miopia da criação e do cliente que aprovou.
P.S-1
como eu não achei nenhum elemento de identificação e os produtos de limpeza são praticamente os mesmos nas marcas médias, risquei a Bombril da minha lista de compras.
5 comentários:
eu fiquei "p" com esse comercial.
Silvana, confesso que cheguei até a citar essa campanha em meu blog como uma inovação conceitual, que apesar de achá-la demasiadamente feminista, foi uma aposta nova. No VT com a Marisa Orth dava até para tolerar, mas os demais filmes passaram do ponto... Você narrou com perfeição a idéia que se transmitiu no decorrer dos demais filmes dessa campanha. A marca trocou um personagem sutil e carismático por um trio com tom agressivo e incapaz de estabelecer vínculo com seu consumidor.
Abraços!
Silvana, sua análise foi perfeita! Em minha opinião a marca perdeu a aura criada pelas antigas campanhas e não sei se achou alguma outra, ficou na cópia mal feita. Faltou branding mesmo!
Forte Abraço!
Eu comentei lá no Linkedin, de que a Bombril já tentou desvincular sua imagem do Carlinhos, mas sempre foi desastrada em suas tentativas.
Trocar o jeito de menino do Carlinhos pela agressividade gratuita daquelas mulheres que acham que ser avançada é ser ignorante é uma tentativa triste de mudar um time que estava ganhando.
Talvez seja por isso que vejamos tanta agressividade gratuita por aí...
E depois ninguém sabe porque um maluco qualquer entra em uma escola e mata doze crianças...
Paz e Bem!
Não vejo nada de mau no posicionamento. Os textos são fraquinhos...
Agora, ligar a história do Maluco de Realengo com a Bombril é forçar demais...
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