(clique no título para assistir a coletiva)
Assessor de imprensa é o profissional destacado para promover o relacionamento entre as fontes e a imprensa. Aparentemente é uma atividade "fácil". Aparentemente. Mas a atividade vai muito além do ato de escrever um release bonitinho, atender a demanda por entrevistas ou de oferecer pautas atraentes nas redações.
Escrever os releases, oferecer as pautas e cuidar do clipping é só o básico. A diferença está na atitude, na observação vigilante do cenário e como cada assessor se coloca diante dele. O bom assessor tem que saber se posicionar com firmeza, técnica e sabedoria em situações críticas. Não foi exatamente o que aconteceu durante entrevista coletiva concedida pelo atleta Neymar, dia 20 de setembro.
A entrevista teve ares de stand-up comedy. Ninguém tinha o que perguntar, senão sobre a possível transferência do craque para times estrangeiros. As perguntas eram rigorisamente idênticas, uma atrás da outra. A tentativa -- quase infantil -- dos repórteres de esgotar o entrevistado para arrancar a resposta desejada apenas contribuiu para tornar a situação mais ridícula (ver repórteres babando ovo em cima de celebridades é sempre ridículo). Todos alí sabiam que Neymar não faria nenhuma revelação bombástica. Ele é treinado, preparado e sua transferência não seria "arrancada" naquelas circunstãncias. Todos alí sabiam disso.
Neymar estava estressado, e demonstrava isso na linguagem corporal. Se movimentava excessivamente, emitia risos nervosos reiteradamente. Alguns repórteres, na tentativa de parecer mais inteligente, mudavam as palavras, mas a pergunta era sempre a mesma, durante longos 13 minutos.
Foi preciso que a própria fonte -- Neymar -- desse a senha para a intervenção do assessor, lembrando que nenhum repórter tinha perguntado sobre o clássico (Corinthians x Santos), aliás, a pauta da coletiva. Um minuto depois o assessor acordou do seu estado de letargia e lembrou aos repórteres sobre a pauta.
Claro que é preciso ter peito e senioridade para interromper uma coletiva e dizer aos repórteres: senhores, essa pergunta já foi respondida, se não houver qualquer outra, damos por enxerrada a coleitva, ok?
Porém, se o sujeito não tiver senioridade e confiança para adotar uma atitude dessa natureza, melhor ele procurar outra profissão. Na maioria das vezes isso acontece por inépcia ou medo da reação dos repórteres. Por qualquer um dos dois motivos, o cara é incompetente e permitiu um desconforto desnecessário no atleta. A imprensa, do outro lado da mesz, foi apenas ridícula. Expor um cliente a essas condições é, no mínimo, desleal e covarde.
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