Os últimos acontecimentos no RJ são realmente uma aula sobre gestão de crise. Dos dois lados: o que fazer e o que não fazer se a sua empresa estiver atravessando uma crise. Primeiro, faça do seu público interno um grupo de aliados; segundo, não se empolgue com o sucesso: fale e atue com moderação.
O governador do RJ, Sergio Cabral, estava indo muito bem até que.....escorregou. Não, não foi um escorregão, foi uma batida de frente com uma jamanta.
Empolgadíssimo com o sucesso das operações de combate ao tráfico de drogas nos morros cariocas, passou por cima de tudo e todos e indicou um nome para o Ministério da Saúde do governo Dilma. Sabe-se lá o que ela respondeu a Cabral, mas o fato é que ele saiu em disparada declarando em alto e bom som que seu Secretário de Saúde fora o escolhido, por sua indicação, como ministro da pasta. E mais: disse aos microfones que em nome da Presidente ele mesmo fez o convite e o secretário aceitou.
Ele apenas esqueceu de fazer o óbvio: combinar com os russos, como diria Garrincha, se vivo ainda estivesse. Como já se foi, diriamos nós que Cabral deveria ter tido a humildade (eita palavrinha difícil) de combinar com os caciques do seu partido -- PMDB -- que não é muito afeito a levar desaforos para casa.
Resumo da ópera: dia seguinte está a tropa de elite inteira desmentindo, e o secretário, que até então estava quietinho no seu canto, acabou com cara de tacho. Quantos espumantes não devem ter sido abertos durante a noite em que permanceu no ministério! Vamos lá, de novo: Na crise
- fale estritamente o necessário
- não superestime a vitória
- avalie o cenário
- a arrogância leva à solidão
Um comentário:
O nome disso é AIDS: Alta Insuficiencia de Silencio.
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